segunda-feira, maio 01, 2006

Amor II

Se hás-de gostar de mim, seja, somente,
Por amor. Nunca penses: “Ela agrada
Pelo sorriso, - o olhar, - a delicada
Maneira por que sempre fala e sente, -

A forma de pensar, intimamente,
À minha, por meu bem, acomodada” –
Pois, que não mude, nisso, não há nada,
E mudar pode o amor só nisso assente.

Nem deves, meu Amor, gostar de mim
Por teu carinho os olhos mem enxugar;
Teu amor perderei, a ser assim,

Se, por te ter, já não souber chorar.
Ama só por amor, que não tem fim,
Para, também sem fim, poder’s amar.

Elisabeth Barrett Browning
In, Sonetos Portugueses

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Amor: razão de mudança, revolução de esperança, desespero,dor, apelo à conjugação de dois...

Amor: substantivo abstracto de todos o mais concreto.

Um abraço da Clara

22:32  

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